A cultivar híbrida BRS Quênia é resultado do cruzamento entre dois genótipos de Panicum maximum de origem africana. É uma planta cespitosa, ereta, de altura média e com folhas longas e glabras (sem pelos). Possui alto perfilhamento de colmos delgados. Seu florescimento é precoce e definido, ocorrendo a partir de janeiro nas condições de Campo Grande, MS.
O capim-BRS Quênia supre a demanda por uma cultivar de P. maximum de porte intermediário e de fácil manejo. Suas folhas macias e colmos tenros oferecem forragem de alta qualidade e proporcionam ótimos ganhos de peso. Sua facilidade de manejo, por manter baixo o alongamento dos colmos, é uma característica que a diferencia entre todas as cultivares comerciais de porte médio a alto.
Na avaliação sob pastejo no Acre e em Mato Grosso do Sul, a cultivar apresentou bom estabelecimento bem como elevada persistência nos períodos seco e chuvoso do ano. No Rio Grande do Sul, sob temperaturas baixas, mostrou persistência similar à dos Panicuns mais resistentes, com produção de forragem superior.
Formação e manejo
Para o estabelecimento do capim-BRS Quênia, a quantidade de fósforo a ser utilizada depende do nível de argila no solo: 18 a 21 mg/dm³ de P para solos com menos de 15% de argila, 12 a 15 mg para solos com 15 a 35% de argila, 8 a 10 mg para solos com argila entre 36 e 60% e 4 a 5 mg de P para mais de 60% de argila. Potássio: acima de 50 mg/dm³ . Pede saturação por bases entre 45% e 50%; pelo menos 30 kg/ha de enxofre, um mínimo de 50 kg/h de nitrogênio,e de 40 a 50 kg/ha de uma fórmula de FTE com Zn, Cu, B e Mo.
As pastagens do capim-BRS Quênia devem receber adubação anual de manutenção proporcional à produção de carne ou leite almejada, além de adubação nitrogenada no período das águas.
O estabelecimento desta cultivar é feito com 3 a 4 kg de sementes puras viáveis/ha. Semear em solo bem preparado, ou em plantio direto, entre 2 e 5 cm de profundidade. O primeiro pastejo deve ser realizado entre 50 e 60 dias após a emergência das plantas. Este primeiro pastejo possibilita um melhor aproveitamento da forragem, estimula o perfilhamento e facilita o manejo da pastagem.
O capim-BRS Quênia deve ser utilizado sob pastejo rotacionado com entrada aos 70 cm de altura e retirada dos animais com 35 cm de resíduo. O período de ocupação preferencial é de 3 a 6 dias.
Desempenho animal
Comparado com o Mombaça no Cerrado e o Tanzânia na Amazônia, o capim-BRS Quênia demonstrou sua superioridade no ganho de peso nos dois biomas (mais de 15%):
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Ganho de peso (g/animal/dia)
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Taxa de lotação (UA/Ha) |
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Produtividade (Kg/ha/ano) |
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Águas |
Seca |
Águas |
Seca |
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Bioma Cerrado |
BRS Quênia |
554 |
258 |
5,1 |
1,9 |
975 |
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Mombaça |
471 |
232 |
5,0 |
1,9 |
834 |
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Bioma Amazônia |
BRS Quênia |
700 |
643 |
2,74 |
2,26 |
862 |
||||
Tanzânia |
519 |
494 |
3,38 |
2,42 |
795 |
O capim-BRS Quênia se mostrou um capim com alta qualidade de forragem e alto potencial produtivo, especialmente indicado para sistemas intensivos de produção animal.
Recomendações adicionais:
O capim-BRS Quênia é recomendado para cultivo em solos de média e alta fertilidade nos biomas Amazônia e Cerrados. Exige precipitação anual mínima de 800 mm e períodos de, no máximo 6 meses. Não apresenta resistência a solos encharcados e, portanto, não pode ser plantada em áreas com problemas de drenagem, encharcamento ou sujeitas a alagamentos.
O capim-BRS Quênia tem alta resistência por antibiose às cigarrinhas Notozulia entreriana, Deois flavopicta, Mahanarva fimbriolata e Mahanarva sp e revelou-se moderadamente resistente aos danos causados pelas cigarrinhas adultas, compatível ao Tanzânia.
O capim-BRS Quênia apresentou grau de resistência à mancha das folhas (Bipolaris maydis) superior ao Tanzânia e semelhante ao Mombaça e Massai.
O principal diferencial dessa cultivar em relação às cultivares tradicionais Tanzânia e Mombaça é a melhor arquitetura de planta, com touceiras de menor tamanho, maior densidade de folhas verdes e macias, colmos tenros e menores porcentagens de material morto, o que facilita o manejo do pastejo e a manutenção da estrutura do pasto, mais favorável ao elevado consumo da forragem pelo gado.
Pontos fortes:
- Produção de folhas de alta qualidade e colmos macios;
- Facilidade de manejo;
- Produção de carne por/ha superior a Tanzânia e Mombaça;
-Resistência por antibiose a cigarrinha das pastagens e mahanarva.
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