A cultivar BRS Zuri é resultado de uma seleção massal em populações derivadas de um Panicum maximum coletadas na Tanzânia, no leste da África. A coleta foi realizada pelo ORSTOM (Institut Français de Recherche Scientifique pour le Développment em Coopération), atual IRD (Institut de Recherche pour le Développment), em 1969. Os trabalhos de seleção foram coordenados pela Embrapa Gado de Corte em parceria com a Embrapa Acre, Embrapa Cerrados, Embrapa Gado de Leite, Embrapa Pecuária Sul, Embrapa Rondônia, e Universidade Federal da Grande Dourados. O nome Zuri significa “bom” e “bonito” em swahili, a língua falada no Quênia.


A cultivar foi selecionada com base na produtividade, vigor, capacidade de suporte, desempenho animal, resistências à cigarrinhas-das-pastagens e resistência à mancha foliar causada pelo fungo Bipolaris maydis. A BRS Zuri foi registrada em 18/04/2013 e protegida em 27/08/2013 junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.


Florescimento
Final de abril.


Descrição
A BRS Zuri é uma planta cespitosa de porte ereto e alto, com folhas verde escuras, longas, largas e arqueadas. As folhas são glabras, ou seja, sem pelos. Os colmos são grossos, com internódio de comprimento mediano e apresentam pouca cerosidade. As bainhas apresentam média pilosidade. A inflorescência é uma panícula grande, com ramificações primárias medianas, e secundárias longas apenas na base. As espiguetas são uniformemente distribuídas ao longo das ramificações, são glabras e apresentam baixa quantidade de manchas roxas. Apresenta verticilo piloso na base da inflorescência. Seu florescimento é tardio e bem definido.


Calagem e adubação
A cultivar BRS Zuri apresenta resposta à calagem e adubação similar a outras cultivares de Panicum maximum, tais como Tanzânia-1 e Mombaça, sendo recomendada para solos de média a alta fertilidade ou após o cultivo de lavouras anuais quando em solos de média e baixa fertilidade. As doses específicas dos nutrientes a serem aplicados devem ser baseadas na análise química do solo e com o apoio de técnico capacitado para tal. De modo geral, recomendam-se os níveis de nutrientes e aplicações indicados a seguir.



Fase de implantação
Os níveis de saturação por bases no solo devem estar entre 45-50%, e assim devem ser mantidos durante a utilização do pasto, na camada de 0 a 20 cm de profundidade. Na fase de estabelecimento, os teores adequados de fósforo no solo (extrator de Mehlich-1), a serem observados, estão associados aos teores de argila, a saber:


Os teores de potássio no solo, não devem ser inferiores a 50 mg/dm³ (Mehlich-1). Também é importante a aplicação de 30 kg/ha de enxofre e no mínimo 50 kg/ha de nitrogênio, se os teores de matéria orgânica forem inferiores a 1,6%. Recomenda-se a aplicação de 40-50 kg/ha de uma fórmula de FTE de micronutrientes que contenha cobre, zinco, boro e molibdênio, especialmente em solos de cerrado, para um período residual de 3 a 4 anos.


Fase de manutenção da produção forrageira
A reposição de Ca e Mg, por meio de calcário dolomítico, deve ser feita sempre que os teores de cálcio forem inferiores a 1,50 cmolc/dm³ e os de magnésio inferiores a 0,5 cmolc/dm³ inferiores a 0,5 cmolc/dm³, na camada d 0 a 20 cm de profundidade.


Os teores de P no solo devem ser mantidos em cerca de 80% dos teores de implantação, e doses de reposição anual devem obedecer ao nível de produção almejado, que podem variar de 40 a 80 kg/ha de P2O5 e os teores de potássio no solo, não devem ser inferiores a 50 mg/dm³ (Mehlich-1). Para atingir altas produtividades as reposições de nutrientes devem ser mais elevadas e com acompanhamento mais frequente.


A adubação nitrogenada visando à produção animal está diretamente relacionada ao nível de produção almejada, seja de carne ou leite. Produções de carne de 20@/ha/ano tem sido observadas com adubações entre 120 e 150kg N/ha/ano, e devem ser aplicadas de forma parcelada ao longo da estação de crescimento.


Adaptação ambiental
Apresenta tolerância moderada ao encharcamento do solo, semelhante ao Tanzânia-1, porém se desenvolve melhor em solos bem drenados, sendo uma opção para diversificação de pastagens nos biomas Amazônia e Cerrado.


Semeadura da pastagem
Em média, existem 660 mil sementes em 1 (um) Kg de sementes puras da cultivar. As recomendações para a semeadura desta cultivar são as mesmas descritas para as cvs. Mombaça e Tanzânia-1, ou seja, no mínimo 3 a 4 kg/ha de sementes puras viáveis (300 a 400 pontos de VC/ha). Portanto com semeadura de 3 a 4 kgm de SPV/ha, teremos de 200 a 260 sementes/m². Uma vez que, em geral há uma perda de 80-90%, cerca de 20 e 50 plantas/m² serão estabelecidas. O mínimo desejado é de 20 plantas/m².


A semeadura deve ser feita na profundidade de 3 a 5 cm, incorporando-se a sementes com grade niveladora ou com semeadora regulada para a profundidade recomendada.


Produção e qualidade da forragem
Avaliada em parcelas, sob cortes manuais, a cultivar BRS Zuri atingiu a produção anual de 21,8 t/ha/ano de matéria seca foliar, 50% a mais que o 'Colonião' e similar ao 'Tanzânia-1'.
A estacionalidade da produção foi similar às cultivares Tanzânia-1 e Mombaça, atingindo 15% do total anual no período seco. A cultivar BRS Zuri apresentou uma porcentagem de folhas de 87%, que foi superior às cv. Tanzânia-1 (77%) e Colonião (63%). Os teores de proteína bruta variaram de 11 a 15% nas folhas e de 7 a 12% nos colmos.


Produção Animal
A BRS Zuri, nos dois anos de avaliação no bioma Amazônia, apresentou uma produtividade animal de 11 a 13% superior à cv. Tanzânia, na época da seca e águas, respectivamente. Também em ambas as épocas, o desempenho individual foi de 4 a 6% superior à cv. Tanzânia-1. No bioma Cerrado, a BRS apresentou produtividade animal 10% superior à cv. Mombaça na média de dois anos de avaliação.


Resistência a pragas e doenças
A BRS Zuri mostrou-se resistente (por antibiose) à cigarrinhas-das-pastagens Notozulia entreriana, Deais flavopicta e Mahanarva fimbriolata, por determinar baixos níveis de sobrevivência ninfal em condições controladas. Considerando-se ambos os mecanismos de resistência, a BRS Zuri apresentou resposta semelhante ao da cultivar Tanzânia-1.

Quanto às doenças, a BRS Zuri apresentou alto grau de resistência à mancha das folhas, causada pelo fungo Bipolaris maydis. O comportamento da cultivar com o nematoide Pratylenchus brachyurus é igual a de outros Panicum Maximum.


Manejo de pastejo
A BRS Zuri é uma gramínea cespitosa, que deve ser manejada preferencialmente sob pastejo rotacionado. Recomenda-se que o pasto seja manejado com altura de entrada de 70-75 cm e altura de saída de 30-35 cm. Este manejo promoveu bom controle do desenvolvimento de colmos e florescimento na Amazônia, assegurando a manutenção da estrutura do pasto e bons níveis de produção animal.


Destaques
Suas principais características são a elevada produção, o alto valor nutritivo, a resistência às cigarrinhas-das-pastagens e o alto grau de resistência à mancha das folhas, causada pelo fungo Bipolaris maydis.


Pontos Fortes
Resistência às manchas das folhas;
Resistência a cigarrinhas das pastagens;
Maior porcentagem de folhas (88%);
Maior produtividade animal por há (10% a mais que a Mombaça);
Manejo igual a Tanzânia 1.






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